Call of Duty: Infinite Warfare teve a pior venda da história da franquia CoD; isso seria um indicativo de que a saga chegou ao seu limite?
Call of Duty é um dos games que marcou uma geração inteira de gamers - foi, inclusive, um dos maiores sucessos de vendas da história dos videogames. Contudo, as vendas do último lançamento da Infinite Ward decepcionaram a companhia. De acordo com os dados divulgados pela empresa, as vendas de Infinite Warfare em disco nos Estados Unidos foram 50% menores que seu antecessor, Black Ops III . Isso poderia significar que a franquia está em decadência?
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Em mercados menores, como Japão e Reino Unido, os resultados se repetiram, provando que trata-se de uma tendência global. Aparentemente, o público se cansou das batalhas futuristas em que a série Call of Duty vem apostando em seus últimos lançamentos. Desde Modern Warfare 3, a série está mergulhando cada vez mais fundo na temática dos combates high-tech.
As vendas começaram a cair em Black Ops II, mas a verdadeira queda aconteceu em Ghosts. E a partir daí, a franquia foi só "ladeira abaixo". Nos números divulgados - que mostram a queda vertiginosa nas vendas -, não foram contabilizadas as vendas de cópias digitais em lojas como a PSN e a Steam. Contudo, mesmo que essas vendas fossem levadas em conta, isso não melhoraria a situação da produtora - cujas ações caíram mais de 25% desde o mês de outubro de 2016.
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O que pensam os fãs?
Os fãs da série estão claramente desapontados com o jogo, e os sinais de que este novo título poderia fracassar apareceram bem antes de seu lançamento. Já no anúncio oficial, o game não empolgou. O primeiro trailer do jogo, lançado em maio do mesmo ano no YouTube, foi o mais descurtido da história da rede social. Em contrapartida, Battlefield 1 foi o vídeo que mais ganhou likes no período.
Para Bruno Consoline, fã de games FPS, a série perdeu a mão quando passou a apostar no tom futurista. "Call of Duty perdeu a origem da série de ser um jogo de guerra de realidade. O melhor da série foi Call of Duty 4: Modern Warfare, que traz uma guerra mais atual, com armamentos de atualidade. Sem nada de coisas espaciais. É o game que tem ideias boas e um online estável", afirma.
Para ele, falta inventividade por parte da produtora. Falta também vontade de retomar os elementos que tornaram a franquia um sucesso de vendas no mundo todo. "Também, a produtora quer o quê?", questiona. "Começaram fazer guerra de zumbis. Se eu quisesse matar zumbis, compraria Resident Evil!"
Já Rafael Barbosa, outro fã dos games de tiro em primeira pessoa, discorda. Para ele, o que levou a série de games à decadência é a dificuldade dos fãs de aceitarem que a franquia está se abrindo a novos horizontes. "Eu não chamaria isso de decadência. Simplesmente a franquia está se abrindo a novos horizontes, a não ser apenas jogar a Segunda Guerra na nossa garganta! Advanced Warfare e Infinite Warfare mostram realidades diferentes, como o uso de tecnologia nos combates armamentistas, e também leva os jogadores a limites nunca antes vistos, como o espaço!" Para o jovem, a culpa da queda nas vendas vem dos próprios fãs do game, que não aceitam mudanças e exigem mais do mesmo.
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Mesmo com a queda nas vendas e a possível decadência da franquia - que não deixa de ser uma forma de pressão dos fãs para a produtora -, Call of Duty: Infinite Warfare foi o game mais vendido no mês de dezembro nos Estados Unidos. Dessa forma, fica claro que ainda falta muito para que a franquia CoD deixe de ser lucrativa. Após afirmar que não se curvaria aos fãs e manteria a postura firme, continuando a apostar no tom futurista das batalhas, a Infinite Ward acabou voltando atrás, e prometendo que neste ano, o jogo irá retomar suas raízes e voltar a apresentar batalhas antigas, como nos primeiros games da franquia. Essa é uma tentativa de trazer o público de volta à série, tornando-a novamente um sucesso de venda e de crítica.