De acordo com o criador do projeto, Fabio Ota, a ideia visa melhorar as capacidades cognitivas dos alunos através do desenvolvimento de jogos para idosos
Uma pesquisa recente da Universidade da Califórnia (EUA), apontou que o uso de games por idosos ajuda na prevenção do declínio cognitivo e na prevenção de doenças como o Alzheimer . Pensando nisso, e preocupado com doenças que acometem a população idosa do país, Fabio Ota, fundador da escola paulista ISGame , programador e game designer, desenvolveu uma metodologia específica para ministrar aulas de desenvolvimento de jogos para idosos.
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"Comecei a desenvolver metódos de programação com crianças e depois, com os idosos. Para isso, trouxe especialistas da área de psicologia e gerontologia, a fim de entender como poderia ser feito o curso desenvolvimento de jogos para idosos . Tive o apoio dos profissionais para estruturar a metodologia, que é diferente da tradicional", contou Ota ao iG .
Nas aulas, que acontecem uma vez por semana e tem duração de duas horas, os alunos estão acima dos 50 anos de idade. Eles não recebem respostas prontas ou soluções já "mastigadas". Ao contrário, são levantados diversos questionamentos, que os fazem pensar em soluções para realizar os exercícios propostos. Só após essa etapa é que a teoria por trás do processo é explicada. Essa prática também estimula a interação entre os alunos, que se ajudam durante as aulas. Além disso, há uma melhora na capacidade criativa, na memória e no raciocínio lógico dos alunos.
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Um estudo conduzido pelo idealizador do projeto na FAPESP dá conta que "o ensino de programação de games para idosos, que passa de um sujeito passivo a ativo dentro do processo criativo e de construção do conhecimento pode promover a função cognitiva dos idosos através do ensino de programação de games com uma metodologia inovadora. O objetivo secundário é promover a sociabilidade entre os idosos participantes através das dinâmicas das aulas presenciais".
Outro diferencial do curso é que, ao final das aulas, os alunos podem trazer os netos para testar os games desenvolvidos pelos avós. Dessa forma, de acordo com o criador do projeto, há uma experiência intergeracional interesse e muito rica, que pode trazer bons resultados na relação entre avós e seus netos. Atualmente, cinco turmas já foram formadas pela escola e outros 55 alunos da terceira idade estão estudando programação.
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Esse não é o primeiro projeto de Fabio Ota no campo da inclusão digital para idosos. Cerca de 12 anos atrás, no surgimento da internet, o programador também ministrou aulas para integrar essa população idosa às novas tecnologias. "Sempre tive essa preocupação, sempre gostei de estar entre os mais velhos. Essa é a minha missão!", contou.
Crowdfunding
O próximo desafio da ISGame é levar a metodologia para quem não tem condições de se inscrever em cursos como os oferecidos pela escola. Para isso, a instituição lançou um projeto de financiamento coletivo, cujo objetivo é o ensino da programação de jogos para idosos atendidos pela Associação São Joaquim, um centro de convivência que atende mais de 300 idosos carentes, em Carapicuíba, na Grande São Paulo. Para colaborar, basta acessar o site da vaquinha da instituição , escolher uma cota e doar. A meta é de R$ 25.752, e as doações podem ser feitas até o dia 18/01/2017.