Lua Pálida é o misterioso jogo que foi distribuído apenas na Baía de São Francisco, e envolve mistérios sobre desaparecimentos e assassinatos
Se você passou pelo especial Halloween
sem se assustar até agora, prepare-se. Contaremos a história e os mitos por trás de Lua Pálida, um game distribuído a um seleto grupo de pessoas na Baía de São Francisco, nos Estados Unidos. Todas as cópias conhecidas circulavam apenas nessa região. Reza a lenda que o desenvolvedor fez pouquíssimas cópias e as distribuiu apenas no oeste da Califórnia.
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Lua Pálida é um game no estilo texto-aventura, que foi publicado exatamente quando esse modelo já estava perdendo sua popularidade (talvez, essa seja a causa do baixíssimo número de cópias). Ao abrir o game, o jogador deparava-se com uma tela preta, quase vazia. Então, palavras brancas começavam a surgir na tela. "Você está em uma sala escura. Luz do luar brilha pela janela."
Mais informações vão surgindo na tela "Há OURO no canto, junto á uma PÁ e uma CORDA." "Há uma PORTA para o LESTE." E o seguinte questionamento: "Comando?" E então, o jogador recebe comandos enigmáticos e misteriosos, como "PEGAR OURO", "PEGAR PÁ", "PEGAR CORDA", "ABRIR PORTA", "IR AO LESTE". É nesse ponto que o game da lua sorridente começa a ficar sinistro.
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"Pegue sua recompensa", diz o jogo. "LUA PÁLIDA SORRI PARA VOCÊ", continuam os comandos na tela. Quem jogou o game relata que começou a se sentir desconfortável a partir deste ponto, como se a lua estivesse observando o jogador. O texto continua. "Você está na floresta. Existem 3 comandos. NORTE, OESTE E LESTE. Comando?"
Acerte ou reinicie o PC
Essa segunda parte do game frustrou os poucos jogadores. Apenas um dos comandos era correto, e permitia a continuação do jogo, exceto pelo fato de que apenas os comandos de diração estavam disponíveis. Se acaso o jogador escolhesse o errado, o computador deveria ser reiniciado.
Além disso, as fases seguintes eram basicamente uma repetição das anteriores, com comandos sendo exibidos na tela e apenas um correto. Os demais exigiam que o computador fosse reiniciado. Os comandos clássicos de games do gênero eram completamente inúteis aqui. A única ação aceita que não envolvia direções era "USAR OURO", que levava o game a exibir a mensagem "Não aqui".
Quando o jogador tentava usar a pá, era recebido com "Não agora". Se tentasse usar a corda, seria avisado de que já havia usado o item, com a mensagem "Você já usou isso". Isso cansou a maior parte dos jogadores, que reiniciaram seus computadores até a exaustão, antes de encherem-se e abandonarem o jogo.
Mas há sempre aqueles que insistem em ir a fundo nas histórias. Esse foi o caso do jovem Michael Nevins, que demorou de cinco horas e 33 tentativas diferentes para conseguir avançar o suficiente no jogo a fim de mudar o texto. E então, quando ele o fez, não poderia estar preparado para o que aconteceu.
"Lua Pálida sorri abertamente", dizia o texto da nova área desbloqueada. "Não há caminhos. Lua Pálida sorri abertamente. O chão é macio. Lua Pálida sorri abertamente. Aqui. Comando?" Levou mais uma hora para que o jovem acertasse a combinação e conseguisse avançar no game. A sequência usada por ele foi cavar buraco, descartar ouro e tapar buraco. Isso gerou um novo texto na tela.
"Parabéns. -- 40.24248 -- 121. 4424 -- "
Após isso, o jogo era encerrado e o usuário tinha que reiniciar o computador mais uma vez. Os números, contudo, intrigaram Nevins. Depois de um longo período de deliberação, ele chegou à conclusão de que tratavam-se de coordenadas geográficas de latitude e longitude. Decidido a desvender o mistério, o rapaz localizou o local no mapa. As coordenadas fornecidas levavam a um ponto em uma floresta crescente que dominava as adjacências próximas ao Parque Vulcânico Lassen.
Talvez, o rapaz tivesse mais tempo livre que bom senso e, no dia seguinte, munido de mapa, pá e bússola, embrenhou-se na floresta em busca do local indicado pelo game. Andando pelas trilhas do parque, impressionou-se com a exatidão com que as curvas mencionadas no jogo eram iguais as da floresta. Inicialmente, arrependeu-se de ter levado consigo a pá, para depois pensar que poderia encontrar um tesouro escondido, como era a proposta do jogo.
Depois de uma longa caminhada, ele tropeçou em um monte de terra revirada, como se tivesse sido cavada recentemente. Ao conferir o mapa, estava no local certo apontado pelas coordenadas do jogo. Empolgou-se, acreditando ter encontrado o local do tesouro e pôs-se a cavar freneticamente.
No buraco, embaixo de toda a terra revirada, estava a cabeça de uma menina loira, já em estado de decomposição. Prontamente, o rapaz informou as autoridades. A garota foi identificada como Karen Poulsen, de onze anos. Ela havia sido dada como perdida para o Departamento de Polícia de San Diego, há cerca de um ano e meio.
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Muitos esforços foram feitos para localizar o programador de Lua Pálida, porém, ele não foi encontrado. O resto do corpo de Karen nunca foi recuperado.