Tamanho do texto

Lançada em 1987, a franquia conquistou jogadores ao redor de todo o mundo e acumula títulos e prêmios por suas narrativas e seu gameplay variado

Aquele que era para ter sido o último projeto da SquareSoft (atual Square Enix ) acabou tornando-se a franquia mais lucrativa da história dos games no mundo. Estamos falando de Final Fantasy, a criação de Hironobu Sakaguchi , que comemora seus 30 anos em 2017.

Leia mais: Trinta curiosidades para 30 anos de Final Fantasy

final fantasy xv
Reprodução
final fantasy xv

O primeiro jogo da franquia Final Fantasy foi concebido para se estruturar como um jogo de plataforma, como a maioria dos games que faziam sucesso naquela época. Contudo, algumas mudanças no projeto fizeram com que o jogo fosse ganhando características de RPG ao longo dos anos - um gênero ainda muito experimental naquela época.

E a franquia fez tanto sucesso que passou a ser utilizada como uma representação para analisar a evolução dos jogos digitais ao longo das décadas. Isso porque a série de games de Hironobu Sakaguchi foi tão importante que chegou a ser precursora de muitos elementos que fizeram sucesso no passado e que ainda vemos atualmente. É importante ressaltar que a franquia nunca deixou de ser publicada, e o game mais novo da saga, Final Fantasy XV, foi publicado em 2016.

Leia também: Conheça Stories Untold, o game perfeito para os fãs de "Stranger Things"

Na ocasião de seu lançamento, o primeiro jogo da série inovou por apresentar uma trama tão complexa para os padrões da época. Além disso, o mundo em que o jogo se passa era muito vasto e havia muitos personagens. Ao redor do mundo, aquela que seria a "fantasia final" da empresa foi um sucesso de crítica e de vendas, marcando toda uma geração. Ao todo, o game vendeu mais de 400 mil cópias.

Dado o tamanho do sucesso do game, a Square Enix decidiu apostar em uma continuação do jogo. Essa continuação contou com as mesmas mecânicas de seu antecessor, mas com uma história bem maior, além de correção nas falhas do primeiro game da saga. Outros pontos também foram melhorados, como a evolução dos personagens, que se tornou mais orgânica, e as classes foram simplificadas, para facilitar o entendimento do jogador. O sucesso foi tão grande que permitiu que a franquia se consolidasse e garantisse a permanência do estúdio no mercado.

Contudo, o grande feito da produtora ainda estava por vir. O ano era 1990, e a indústria de games japonesa estava passando por uma grande fase de amadurecimento, acompanhada por diversas mudanças. A geração de novos consoles já estava despontando, e esses reflexos estavam chegando ao Ocidente. E então, Final Fantasy III chegou ao mercado com uma proposta revolucionária: ser o maior jogo de videogame já criado.

Com cenários enormes, diversos personagens e uma história bastante extensa e complexa, FF3 agradou aos fãs da franquia de imediato. Além disso, conquistou os jogadores da nova geração com seus gráficos muito modernos para a época e uma jogabilidade altamente refinada, que serviria de base para os próximos games da franquia.

FF4, no entanto, foi fruto de uma grande reformulação - tanto da equipe de desenvolvimento quanto do game. A narrativa assumiu um direcionamento mais dramático, e teve um foco ainda maior na interação dos personagens com o cenário. O quinto episódio da franquia, contudo, não agradou. A crítica chegou a questionar se aquele seria o fim da franquia.

Contudo, tempos depois, explicou-se que o game havia sido "feito às pressas", pois a equipe principal de desenvolvimento da produtora estaria focada no sexto volume da saga, e prometia grandes novidades para esse jogo.

Em 1994, o grande objetivo da Square era redefinir a visão dos fãs e reconquistá-los após o fiasco do jogo anterior. Nesse cenário, FF6 foi lançado trazendo um sistema clássico de combate por meio de turnos mais ágil que os anteriores. Ele também era o maior game já lançado pelo estúdio até então. Ele também foi o último jogo a ser lançado para o console Super NES, da Nintendo.

Já no ano seguinte, a produtora fechou uma nova parceria com a Sony, garantindo que lançaria seus próximos games com exclusividade para a família Playstation. Ao final do período, a sexta versão do game vendeu mais de 3 milhões de cópias ao redor do mundo. Até hoje, ele é considerado por muitos como o melhor game da franquia.

Final Fantasy XII
Divulgação
Final Fantasy XII

Porém, foi só Final Fantasy VII que revolucionou o mundo dos RPGs para sempre. Com personagens renderizados para o 3D, ele foi apresentado como um Final Fantasy completamente novo, prometendo surpreender e conquistar os gamers do mundo todo, com sua nova jogabilidade. Ao mesmo tempo, ele também manteve a identidade já consagrada da série. Com isso, ele fez um sucesso acima da média para os padrões da época e se tornou um fenomêno cultural. Apenas nas primeiras três semanas, o game vendeu mais de meio milhão de cópias nos Estados Unidos.

A oitava geração do game passou a investir pesadamente nas cut-scenes, as cenas em computação gráfica que de tão bem feitas lembravam filmes e como elas rodavam bem no Playstation. Já a nona versão do jogo é lembrada como o último da série antes que a produtora Square se fundisse com a rival Enix, passando a assinar Square Enix. Ambos os jogos trouxeram uma jogabilidade muito parecida com a que fez sucesso em FF7, apesar de acrescentarem novas histórias e personagens inéditos.

A geração do Playstation 2 foi conturbada para a história da franquia, com altos e baixos. A produtora Square Enix investiu pesado no filme "Final Fantasy: Spirits Within", que foi um completo fracasso de bilheteria. Ao mesmo tempo em que o filme fracassava, FF10 já estava em desenvolvimento.

Quando foi lançado, o décimo capítulo da franquia adotou cenários completamente modelados em 3D, abandonando os pré-renderizados que eram a marca registrada da saga. A mecânica de combate também foi completamente alterada, tornando-se mais fluída e instigante. Por causa disso, ele é considerado como um dos muitos acertos da saga para o Playstation 2. O sucesso foi tão grande que fez com que o estúdio quebrasse sua tradição e lançasse, pela primeira vez, uma continuação direta: Final Fantasy X-2.

Lá em meados de 2010, FF13 foi lançado no Japão, mas não fez todo o sucesso ao qual a franquia estava habituada. Já FF14 foi um fracasso de crítica em 2011, e acabou sendo relançado com diversas correções me 2013. Contudo, ao que parece, a franquia havia perdido parte importante de seu brilho.

Final Fantasy XV
Reprodução
Final Fantasy XV

O prestígio só seria retomado em 2016, com o lançamento do décimo quinto episódio, que aposta em combate em tempo real e exploração de cenário livre. O título do príncipe Norctis havia sido anunciado em 2006, para PS3 sob o título de Final Fantasy Versus XIII, mas a Square Enix acabou mudando o projeto.

Leia também: Everything é o novo jogo indie em que você pode ser o que quiser

Após muitos altos e baixo em trinta anos de história, a franquia Final Fantasy finalmente recuperou seu prestígio e voltou a fazer sucesso entre os gamers, ocupando seu lugar de direito no coração e nos consoles dos fãs.

    Leia tudo sobre: PS4